segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Você consegue?


Um dia, diante da velha árvore torta, um pinheiro todo vergado pelo tempo, o sábio da aldeia ofereceu a sua própria casa para aquele discípulo que “conseguisse ver o pinheiro na posição correta”.

Todos se aproximaram e ficaram pensando na possibilidade de ganhar a casa e o prestígio, mas como seria “enxergar o pinheiro na posição correta”? O mesmo era tão torto que a pessoa candidata ao prêmio teria que ser no mínimo contorcionista.

Ninguém ganhou o prêmio e o velho sábio explicou ao povo ansioso, que ver aquela árvore em sua posição correta era “vê-la como uma árvore torta”.

Só isso!

Nós temos em nós, esse jeito, essa mania de querer “consertar as coisas, as pessoas, e tudo mais” de acordo com a nossa visão pessoal. Quando olhamos para uma árvore torta é extremamente importante enxergá-la como árvore torta, sem querer endireitá-la, pois é assim que ela é. Se você tentar “endireitar” a velha árvore torta, ela vai rachar e morrer, por isso é fundamental aceitá-la como ela é.

Nos relacionamentos é comum um criar no outro expectativas próprias, esperar que o outro faça aquilo que ele “sonha” e não o que o outro pode oferecer. Sofremos antecipadamente por criarmos expectativas que não estão alcance dos outros.

Porque temos essa visão de “consertar” o que achamos errado.

Se tentássemos enxergar as coisas como elas realmente são, muito sofrimento seria poupado.

Os pais sofreriam menos com os seus filhos, pois conhecendo-os, não colocariam expectativas que são suas, na vida dos mesmos, gerando crianças doentes, frustradas, rebeldes e até vazias.

Tente, pelo menos tente, ver as pessoas como elas realmente são, pare de imaginar como elas deveriam ser, ou tentar consertá-las da maneira que você acha melhor. O torto pode ser a melhor forma de uma árvore crescer.

Não crie mais dificuldades no seu relacionamento, se vemos as coisas como elas são, muitos dos nossos problemas deixam de existir, sem mágoas, sem brigas, sem ressentimentos.

E para terminar, olhe para você mesmo com os “olhos de ver” e enxergue as possibilidades, as coisas que você ainda pode fazer e não fez. Pode ser que a sua árvore seja torta aos olhos das outras pessoas, mas pode ser a mais frutífera, a mais bonita, a mais perfumada da região, e isso, não depende de mais ninguém para acontecer, depende só de você.

Pense nisso!


domingo, 30 de outubro de 2011

Amor, pois que é palavra essencial


Amor - pois que é palavra essencial
comece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro e vulva.

Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro grito
de orgasmo, num instante de infinito?

O corpo noutro corpo entrelaçado,
fundido, dissolvido, volta à origem
dos seres, que Platão viu completados:
é um, perfeito em dois; são dois em um.

Integração na cama ou já no cosmo?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transporta
a essa extrema região, etérea, eterna?

Ao delicioso toque do clitóris,
já tudo se transforma, num relâmpago.
Em pequenino ponto desse corpo,
a fonte, o fogo, o mel se concentraram.

Vai a penetração rompendo nuvens
e devassando sóis tão fulgurantes
que nunca a vista humana os suportara,
mas, varado de luz, o coito segue.

E prossegue e se espraia de tal sorte
que, além de nós, além da prórpia vida,
como ativa abstração que se faz carne,
a idéia de gozar está gozando.

E num sofrer de gozo entre palavras,
menos que isto, sons, arquejos, ais,
um só espasmo em nós atinge o climax:
é quando o amor morre de amor, divino.

Quantas vezes morremos um no outro,
no úmido subterrâneo da vagina,
nessa morte mais suave do que o sono:
a pausa dos sentidos, satisfeita.

Então a paz se instaura. A paz dos deuses,
estendidos na cama, qual estátuas
vestidas de suor, agradecendo
o que a um deus acrescenta o amor terrestre.

sábado, 9 de julho de 2011

Olhos, olhares, Olhar

Olhos como os seus.
Olhos como o céu.
Olhos cor de mel.

Olhos, olhares, Olhar...

Olhos que falam..
Olhares que sentem...
Mas olhares não mentem.

Oh! olhos
O que olhar?
Como olhar?

Porque, Olhar?

Porque não seus olhos?
Olhos cor de mel.
Olhos como o céu.

Livre pra voar...
Silencioso para pensar,
e sonhar...

E um dia meu olhar se encontra no seu, Olhar...

sábado, 25 de junho de 2011

A despedida...


A noite estava acabando e eles aos poucos foram ficando a sós.
O clima denotava que algo de muito importante estava prestes a acontecer.
As primeiras palavras indicavam que a conversa seria difícil para ambos.
A emoção entrou em cena nas primeiras palavras, que escondiam o medo e a insegurança, mas traziam a certeza do que precisa ser feito.
A cada frase dita, a cada carinho incontido, foi-se tecendo o cenário triste da despedida.
E por mais que um tentasse não machucar o outro era inevitável, porque tinha sempre “o eu disse” o “eu senti” ou ainda “eu não fiz por medo”.
Medo?
De quem?
Do que?
E o mais difícil de responder, medo por quê?
Afinal eram adultos, conscientes de seus limites e sabedores dos riscos que envolviam a situação.
Lágrimas rolaram e o não saber o que responder se fez presente e só um abraço poderia amenizar aquele turbilhão de sentimentos que os envolviam.
Falaram do que viveram juntos e em separado.
Lembraram as conversas e os silêncios que foram tão importantes.
O tempo corria e o momento temido se aproximava...
Como reagir a ele?
Deixar partir ou pedir pra ficar?
Deixando ir, sabia que iria também uma parte especial da vida...
Pedir para ficar seria nunca ter a certeza do motivo certo que havia ficado.
Como agir? O que fazer? O que dizer?
Não havia o que dizer.
Não havia o que fazer.
O tempo por si já havia dado o veredicto.
A vida já havia traçado o destino.
Levariam consigo coisas que somente aos dois pertenciam.
Coisas que guardariam na lembrança como doces momentos.
O destino mais uma vez se mostrou e mostrou a ambos que foram as pessoas certas nos momentos certos, mas que daquele momento em diante seriam novamente apenas Ele e Ela.
Tudo foi exatamente como tinha de ser, nem mais nem menos.
Vai ficar sempre a esperança de um novo recomeço no coração dos dois.
Esperança de serem felizes.
Esperança de fazerem outras pessoas felizes.
Agora era tarde, e a palavra foi pronunciada...
Até mais ver...
Até qualquer hora em qualquer lugar ou até quando a saudade permitir...
E assim, tudo acabou...

sábado, 18 de junho de 2011

18/06...

Dia comum, normal....
Não, não pra quem a conhece e tem o privilégio de fazer parte do seu seleto grupo de amigos.
Amiga como poucas...
Um pouco mãe de todas nós...(puxa orelha de verdade), mas também dá colo, afaga e acarinha...
Mestra que escolhi e por quem fui adotada ainda criança....rs
Mulher que aprendi a amar e respeitar....
A irmã que Deus não me deu, mas botou no meu caminho, e que o transformou em caminho seguro.
Dona de um sorriso franco e lindo...
Tem um olhar tão profundo que é capaz de enxergar até a alma...
Possuidora de uma inteligência ímpar...
Detentora de sentimento lindo, chamado amor...
Amor que dá sem reservas a que realmente o mereça...


Amo você minha Mestra querida...

Que Deus continue te abençoando e te dê faça muito mais feliz....

Parabéns...

Feliz Aniversário!!!

domingo, 12 de junho de 2011

Especial...

Existem diferentes versões sobre a origem do dia dos namorados.

É bem provável que a festa dos namorados tenha sua origem em um festejo romano: a Lupercália. Em Roma, lobos vagavam próximos às casas e um dos deuses do povo romano, Lupercus, era invocado para manter os lobos distantes. Por essa razão, era oferecido um festival em honra a Lupercus, no dia 15 de fevereiro. Nesse festival, era costume colocar os nomes das meninas romanas escritos em pedaços de papel, que eram colocados em frascos. Cada rapaz escolhia o seu papel e a menina escolhida deveria ser sua namorada naquele ano todo.

O dia da festa se transformou no dia dos namorados, nos EUA e na Europa, o Valentine’s Day, 14 de fevereiro, em homenagem ao Padre Valentine. Em 270 a.C., o bispo romano Valentino desafiou o imperador Claudius II que proibia que se realizasse o matrimônio e continuou a promover casamentos. Para Claudius, um novo marido significava um soldado a menos. Preso, enquanto esperava sua execução, o bispo Valentine se apaixonou pela filha cega de seu carcereiro, Asterius. E, com um milagre, recuperou sua visão. Para se despedir, Valentine escreveu uma carta de amor para ela. Foi assim que surgiu a expressão em inglês "From your Valentine". Mesmo tido como santo pelo suposto milagre, ele foi executado em 14 de fevereiro.

O feriado romântico ou o dia dos namorados judaico: desde tempos bíblicos, o 15º dia do mês hebreu de Av tem sido celebrado como o Feriado do Amor e do Afeto. Em Israel, tornou-se o feriado das flores, porque neste dia é costume dar flores de presente a quem se ama. Previamente, era permitido às pessoas só se casar com pessoas da sua própria tribo. De certo modo, era um pouco semelhante ao velho sistema de castas na Índia. O 15 de Av se tornou o Feriado de Amor, um feriado judeu reconhecido durante os dias do Segundo Templo. Em tempos bíblicos, o Feriado do Amor era celebrado com tochas e fogueiras. Hoje em dia, em Israel, é costume enviar flores a quem se ama ou para os parentes mais íntimos. A significação e a importância do feriado aumentaram em anos recentes. Canções românticas são tocadas no rádio e festas 'Feriado do Amor' são celebrados à noite, em todo o país. (Jane Bichmacher de Glasman, autora do livro "À Luz da Menorá").

No Brasil, a gênese da data é menos romântica. Alguns a atribuem a uma promoção pioneira da loja Clipper, realizada em São Paulo em 1948. Outros dizem que o Dia dos Namorados foi introduzido no Brasil, em 1950, pelo publicitário João Dória, que criou umslogan de apelo comercial que dizia "não é só com beijos que se prova o amor". A intenção de Dória era criar o equivalente brasileiro ao Valentine's Day - o Dia dos Namorados realizado nos Estados Unidos. É provável que o dia 12 de junho tenha sido a data escolhida porque representa uma época em que o comércio de presentes não fica tão intenso. A idéia funcionou tão bem para os comerciantes, que desde aquela época, o Brasil inteiro comemora anualmente a data. Outra versão reverencia a véspera do dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro.

(Fontes: Revista Época, edição 160/2001; IBGE Teen e Revista Eletrônica Rio Total)


sábado, 4 de junho de 2011

A Solidão...


Solidão é o canteiro de obras da emoção:
nele se guardam materiais preciosos,
os pontiagudos, os tortos, os porosos,
que, se devidamente combinados,
serão perfeitamente aproveitados
como estrutura de uma nova construção.

Pertencer


Mesmo minhas alegrias, como são solitárias as vezes.
E uma alegria solitária pode se tornar patética.
É como ficar com um presente todo embrulhado com papel enfeitado de presente nas mãos
- e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o!
Não querendo me ver em situações patéticas e,
por uma espécie de contenção,
evitando o tom de tragédia,
então raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos.


terça-feira, 17 de maio de 2011

Chuva Fria

Cai a chuva,
fina e fria...
Fico a ouvir
a melodia dos pingos,
Como se fosse
minha canção preferida...
Aquela escolhida
Para traze-lo pra junto de mim
Quando eu me sentir assim,
Vazia de você.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Máquina do tempo...

Quero ao menos por hoje,
despir me de mim mesma,
esquecer esse adeus.
Quero ao menos por hoje,
imaginar me ser outra,
te conquistar.
Quero ao menos por hoje,
superar barreiras, te encontrar.
Quero ao menos por hoje,
perdoar nossos erros,
me superar.
Quero ao menos por hoje,
enganar me a mim mesma,
te procurar.
Quero ao menos por hoje,
esquecer a realidade,
quero te amar.


O que sei?

O que sei
é que até há pouco tempo
eu não sabia dizer quem eu era.
Agora?
Sei menos ainda.
Não sei quem sou
nem o que sou,
pois o que pensava que era
não é o que sou.
Estou me desintoxicando do que era
para ser o que sou.
Não compreendo ainda quem sou,
mas estou à procura de mim.
Tá entendendo?
Ufa! Que maravilha!
Pensei que só eu não entendia.


terça-feira, 5 de abril de 2011

A primeira viagem...

Fim de tarde.
Um passeio de mãos dadas à beira-mar.

A brisa soprava em seus rostos, deixando os cabelos em desalinho.

As ondas molhando-lhes os pés, renovando os sentidos e o barulho do mar dominando-lhes os pensamentos.

Olharam para os lados e viram que haviam mais pessoas ali....crianças correndo livres e felizes, brincando com seus cachorros, pessoas solitárias apenas caminhando, sem saber muito bem onde chegar...e casais de namorados se beijando completando o quadro que se desenhava à frente deles.

A noite caia lentamente, e o sol aos poucos, com pouca vontade, ia adormecendo atrás da imensidão do mar, que o abraçava carinhosamente, dando de presente aos dois, um cenário impressionantemente lindo, e deixando em ambos, um desejo incontido.

Quando finalmente ela se faz presente, possibilitou aos dois a realização dos sonhos sonhados há algum tempo.

Tudo era perfeito.

Envolvidos numa atmosfera de descobertas, foram tomando o corpo um do outro e a noite se fez de olhares e toques; de cheiros e carícias; de bocas e contatos; de mãos e peles; de umidade e calor; de prazer e amor...

E assim foram se descobrindo e redescobrindo até o nascer de um novo dia... Seus corpos nus e exaustos, foram brindados com o esplendor do astro-rei em sua plenitude, tal qual os dois, que se apresentavam plenos de amor e prazer.

Adormeceram...

Algumas horas se passaram.

Então ele a despertou com um beijo delicado e carinhosamente lhe ofereceu uma bandeja com café da manhã, adornada por uma linda rosa vermelha.

Como era de se esperar, os olhares se cruzaram e mais uma vez suas bocas se encontraram e seus corpos se entregaram ao amor e ao desejo que os consumia... e desta vez o amor se fez, tendo como testemunha o sol que alto, brilhava no céu.

E o café da manhã?

Ahhh...esse pode esperar...

segunda-feira, 21 de março de 2011

Segredos da noite...

Toque-me devagar,
Sem pressa,
a noite é lenta e só nossa...
Será cúmplice deste momento...
Meu corpo colado ao teu,
Teu cheiro misturado ao meu perfume,
Minha língua como seda
deslizará por teu corpo.
Como abelha faminta,
sugarei teu néctar
para que em mim
se faça mel...
Deixe-me ser selvagem,
e teu corpo demarcar...

Deite-me... abra-me...
Que eu te receberei...

E te recebendo, receberás....
Boca e seios
ancas e entranha.

Neste momento sou sua
inteiramente sua...

tesão, desejo, gozo...

Depois adormeceremos,
E juntos,recuperaremos as forças
para novamente reiniciarmos....
Um no corpo do outro.

domingo, 20 de março de 2011

Feitos de silêncio...

Entre eles não existem verdades ou mentiras,

Não existem toques, não existem sons...

O que existe então?

Existe a certeza.

Certeza do arrepio na pele.

A certeza do calor do corpo.

A certeza de que o mesmo desejo

Que queima em um, consome o outro também.

Existe a certeza da liberdade de ação e reação.

A certeza inexorável de que

O prazer é compartilhado de forma única e inexplicável

E a maior certeza de todas é saber

Que o gozo que explode nele

Chega até ela de forma plena.


domingo, 13 de março de 2011

Pra sempre...

Preciso do teu silêncio cúmplice,
sobre minha falhas,
não fale.
Um sopro, a menor vogal
pode me desamparar.
E se eu abrir a boca
minha alma vai rachar.
O silêncio, aprendo,
pode construir.
É um modo denso/ tenso
de coexistir.
Calar, às vezes
é fina forma de amar.

Apenas aceite-me...


Aceite-me como sou.
Não venho com garantia...
Trago dentro de mim,
Sonhos e esperanças.

Tenho também
Muita vontade de aprender
a ser melhor a cada dia,
Sem a pretensão de ser perfeita.
Meu conhecimento é incompleto.
Estou na busca o tempo todo,

Sorrio e choro,
Amo e odeio,
Grito e silencio,
Tudo num mesmo dia.
Sem com isso perder a capacidade de aprender
Com cada um desses sentimentos.

Eu tenho um longo caminho a ser percorrido,
assim como você também.
Aprendendo nossas lições pelo caminho,
Atingiremos a Sabedoria.

Sendo assim,
aceite-me como sou!
Porque eu sou só eu.
Apenas eu.

Não há ninguém igual a mim no mundo.
Esta é a única garantia que carrego comigo.
É assim que me sinto.

Eu tenho um coração,
Olhe- me e veja-o!
Cuide bem dele,
Ele é tudo que eu sou.

*Texto Adaptado*

sexta-feira, 11 de março de 2011

Eram apenas ele e ela...


O último passo do ritual fora cumprido.

Ela ainda sentia a sensação do rímel molhado sobre seus cílios; comprimiu os lábios para reforçar o batom cor de boca que acabara de passar quando ouviu o barulho do carro que parava em frente à sua casa.

Pegou sua bolsa e deu uma ultima olhada no espelho, o reflexo era de uma mulher feliz, portanto, poderosa.

Seu coração batia descontroladamente só de pensar no sabor daqueles lábios carnudos do homem que a esperava no carro

Em seus pensamentos, buscava algo que a proibisse de sentir aquela sensação com gosto de novidade e de estar apaixonada daquele jeito por um estranho que entrou na sua vida assim e que a desconcertava daquela maneira.

Toda sua vida de metas e sonhos reais estava agora abrindo as portas para um sentimento surreal, totalmente fora do controle da sua mente acostumada a conduzir tudo de forma tão linear.

Enfim, tudo que fazia era sempre perfeito.

Ao abrir a porta do carro, sentiu aquela fragrância maravilhosa do perfume dele que a embriagava e a enchia de desejos.

Entrou, sentou-se, e ao olhar para ele, desejou que aquele momento se eternizasse.

Era como se nada no mundo tivesse mais importância, eram apenas ele e ela.

Seus olhos admiravam cada traço daquele rosto expressivo, olhos profundos, portadores de certo mistério que a enlouquecia, além de uma boca maravilhosa, gostosa, que dava vontade de morder, se perder...ou se encontrar...

Presa em seus pensamentos desconexos, nem percebeu quando ele aproximou-se dela e tocou seus lábios, dando-lhe um beijo quente, molhado; quente como ficava sua temperatura quando ele lhe tocava.

Um misto de prazer e loucura tomava seu corpo.

Ela adorava se perder naquele êxtase sensual que envolvia os dois sempre que estavam juntos.


Quando as mãos dele tocavam seu corpo, toda a sua carne tremia e um arrepio tomava conta da sua coluna, descia pela região lombar e fazia morada no lugar mais íntimo do seu corpo.

Neste momento ela se sentia como uma adolescente se entregando pela primeira vez ao namorado que a seduzira na porta da escola e a levara para conhecer o mundo além dos portões da sua sensatez.

E assim, mergulhados no mundinho que era só deles, sentiu o movimento do carro que tomava uma direção ainda desconhecida.

Para ela, esta certeza era indiferente naquele momento. Então, colocou a mão para fora do vidro totalmente aberto, fechou os olhos e sentiu a brisa suave que tocava sua pele, e mesmo sem olhar para o moço ao seu lado, sentia o calor dos olhos dele que queimava seu corpo, inundava sua alma e alimentava um sonho louco que a envolvia cada vez mais.


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Quem vai e Quem fica...

As relações raramente terminam de forma consensual.

Sempre um dos lados é que decide.

E quem decide ir, prepara-se para este momento, deixando para quem fica, todo o ônus da sua decisão.

Porque ao decidir-se, ele vai preparando-se e livrando-se dos vestígios e fragmentos da vida que foi um dia compartilhada.

Já, quem fica, precisa lidar sozinha com a dor e a frustração.

Precisa se reestruturar, reorganizando dias, noites, pensamentos, sonhos e desejos.

Quem vai, leva na bagagem expectativas de futuro.

Quem fica, trona-se refém do passado.

Para começarem, as relações precisam da anuência de ambos, para acabarem, basta a vontade de um.

Mesmo sabendo quanto essa decisão causará, ele não exita um instante em executá-la.

Quem vai, segue adiante e vislumbra uma estrada sem fim à sua frente.

Quem fica, roda em círculos, perdido, sem saber qual caminho seguir.

Quem vai, tem um mundo de sonhos.

Quem fica, vive o pesadelo.

Quem vai, sabe os motivos.

Quem fica, passa a caçar aqui e ali, alguma coisa que o justifique.

Quem vai, renasce.

Quem fica, morre um pouco a cada dia, alimentando-se dos momentos de felicidade.

Quem vai, busca novos horizontes.

Quem fica, pede que pelo menos os dias ao nascerem, demorem muito a acabar, para que a noite não o engula, trazendo fantasmas refletidos em cada canto de si mesmo.

Quem vai, leva alegria estampada no rosto.

Quem fica, carrega o peso da tristeza, impregnada na alma.

Quem vai, tem nos olhos, o brilho da esperança.

Quem fica, tem o olhar ofuscado pelas lágrimas.

Quem vai, não olha pra trás.

Quem fica, não vê o futuro.


domingo, 27 de fevereiro de 2011

Previsão e Lógica...

O amor é imprevisível.

Não tem lógica.

Torna a presença imaginada ou torna a ausência real.

O amor cria sua própria necessidade; não é uma obrigação; é uma opção.

Não se é obrigado a amar, até é possível viver uma vida sem amor, mas não é possível viver o amor sem dar à vida em troca.

O amor é se encostar para dormir e ficar mais acordado ainda.


- Colaboração de texto by ***Arthe***

Caso

Pode ser mais um capricho
pode ser uma paixão
pode ser coisa de bicho
pode não.

Pode ser já por destino
pelos astros, pelos signos
por uma marca, uma estrela
talvez já estivesse escrito
na palma da minha mão.

Talvez não...

Talvez até nem fique
nem signifique nada
nem me arranhe o coração
pode ser só uma cisma
pode estar só de passagem

Ou não.


sábado, 26 de fevereiro de 2011

As facetas do amor...


Inúmeras, incontáveis, talvez.


A gente consegue perceber uma ou algumas delas em cada momento de nossa vida ou relação que experimentamos.


No entanto, o ideal é que tentemos não nos deixar iludir por apenas uma delas, a mais encantadora e também a mais perigosa.
Entendemos por amor um sentimento muito romântico, idealizado, perfeito, como nos contos de fadas... E quando nos damos conta de que essa é, provavelmente, uma faceta projetada, ou seja, de que ela não existe senão dentro de nossas mentes equivocadas e imediatistas, nos sentimos enganados, deprimidos, perdidos...
O fato é que as verdadeiras facetas do amor incluem nossas imperfeições, já que a função do amor é ser um caminho para nosso mais efetivo e árduo crescimento como pessoa.


Sendo assim, quando sentimentos considerados menos nobres invadem nossa relação – construída sobre uma imensa expectativa romântica – não sabemos onde encontrar força para segurar tudo o que construímos, e vemos nosso projeto de amor ruir...


Entregamos-nos e acreditamos num relacionamento e na pessoa amada e quando a perdemos, ficamos sem rumo, abandonadas, sem entender o que aconteceu, por que acabou, por que o outro foi embora de repente, justificando-se confuso, tendo atitudes e palavras dúbias, demonstrando ora afeto, ora distanciamento...
Procuramos respostas e explicações para tentar saber o que isso tudo significa...


Mas nem sempre existe uma resposta!


Não essa resposta pronta e que explica as atitudes confusas de cada um...


Estamos vivendo grandes e importantes transformações.


Cada um no seu ritmo, questionando seus valores e procurando acertar...
Difícil saber exatamente onde chegaremos, o que vai acontecer e quem conseguirá compreender, enfim, que a felicidade pode estar presente em todo esse processo, apesar de tanta dor.


Passamos a viver um dia após o outro, assumindo, com dificuldade, a inteligente frase dos dependentes em recuperação (porque todos nós somos dependentes de alguma coisa que nos prejudica) e repetir:


- Só por hoje, vou tentar fazer o melhor que eu posso, tentando respeitar e aceitar as escolhas do outro!


E, assim, chegará o dia em que as portas parecerão se abrir além do que conseguíamos ver até então; Portas da alma, portas do coração... para podermos enxergar as outras facetas do amor e fazer um balanço, para aprender e recomeçar...
Porque quando a gente só olha para uma delas, perde o aprendizado contido nas outras... prendendo-se a somente um sentimento... ou raiva... ou tristeza... ou pena... ou compreensão ilimitada...


E o amor nunca é somente um desses sentimentos...
São todos, ao mesmo tempo.


O resultado é o que conseguimos aprender, viver, ensinar e, sobretudo, SER!

Serei apenas...

Fui tua fantasia,
enquanto você, envolto nos meus sentimentos mais puros.
Amaste-me com palavras e com tua imaginação,
enquanto te amei com verdades e com toda minha paixão.
Hoje, de nós dois, apenas o que resta sou eu.
Sou o pranto que todas as noites acorda as estrelas
e abala o silêncio dos céus.
Não serei recordação,
mas serei o vento que canta livre,
te trazendo uma saudade quase finda.
Talvez nunca me olhes realmente,
mas me acharás no contorno dourado das nuvens que sobre ti andam,
no sol que de ti se despede.
Me acharás no reluzir da estrela solitária que te observa,
na luz circunda da lua que te assiste, no diálogo com Deus.
Serei a metamorfose da tua alma em ave,
pousando no solo da tua verdade.

Serei a liberdade lapidada em teu espírito.
Serei o segredo do teu coração.
Serei a lágrima pelo amor que não ousaste experimentar.
Serei a visão de que a realidade não se encontra somente na razão,
mas profundamente enraizada, muito além do coração.
Terei sido o nada, enquanto com você poderia ser o tudo.
Estarei seguindo pela minha estrada
e ainda que eu não olhe nunca mais para trás,
te encontrarei em mim, ao meu lado e mais à frente.
Terás chegado ao fim da guerra que teu coração travou com tua razão;
E eu então, serei apenas o tempo que você não viveu..
E o espaço que não coube em teu mundo.

Psiu...


Psiu...
silêncio!
a dor dormiu,
a saudade saiu,
a alma repousa,
coração serenou..
.

.

Silêncio!
pise bem devagar,
não deixe acordar
a dor que eu fiz dormir...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Leve como a brisa...

Neste momento,
penso em você e então
quisera me transformar em vento.
E se assim fosse,
chegaria agora como brisa fresca
e tocaria leve sua janela.
E se você me escuta e
me permite entrar,
em você vou me enroscar
quase sem o tocar.
Vou roçar nos seus cabelos,
soprar mansinho no ouvido,
beijar sua boca macia,
o embalar no meu carinho
Mas eu não sou vento...
Agora sou só pensamento e
estou pensando em você.
E se abrir sua janela,
eu estou chegando aí,
agora...
neste momento,
em pensamento...
no vento.


Cala meu amor...

Entra meu amor
Bom você voltar
De onde vem você
Cansado assim?

Vejo tanta dor
No teu triste olhar
Este olhar que, outrora
Se acendia só pra mim

Cala, meu amor
Fala, meu amor
É melhor você nada contar

Venha aos braços meus
Que os abraços meus
Vão finalmente te fazer calar

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Amores iguais...

Amores iguais,
Existem aos montes...
Mas o que você recebeu,
Era único...
E agora, você o perdeu.
Mas ele sobreviveu,
Porque era meu...


O vazio que você deixou...

Antes de você surgir em minha vida, havia um vazio, havia a solidão.
Mas havia também o desejo de encontrar alguém, e viver ao seu lado as alegrias do amor
Foi exatamente isso que aconteceu quando nos encontramos.
Minha vida, com você, fazia sentido.
Investi nessa relação como se investe no primeiro amor.

É muito fácil desfrutar os melhores momentos quando se tem alguém especial.
Em tudo o que fazia ou pensava, havia muito de você.
Tenho sofrido muito com sua ausência....

E hoje, seria capaz de esquecer cada instante que sofri, se você voltasse...
O vazio que você deixou em mim tem o tamanho do maior amor que vivi.

Só sobrou uma saudade que parece não ter fim…



sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

De barcos e névoas...


De madrugada o barco some do cais na neblina
Oh meu amor, se lembre da gente sem mágoa
Sem águas do passado, umedecendo a crina
Dos alasões futuros ainda não amansados
Outras paixões encharcam o olho, mas minha retina
Conserva o lago onde você desagua,
Eu descobri que uma paixão termina
Se a gente quiser saber quando acaba
Oh meu amor, quando é que o amor termina?


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Por dentro...

Só sei que dentro de mim tem uma coisa pronta,
Esperando acontecer,
O problema é que essa coisa,
Talvez,
Dependa de uma outra pessoa
Para começar a acontecer.
- Toque nela com cuidado - disse Santiago.
- Senão ela foge.
- A coisa ou a pessoa?
- As duas.

Saiba...


"E tem sido você, e vai continuar sendo você..."