sexta-feira, 11 de março de 2011

Eram apenas ele e ela...


O último passo do ritual fora cumprido.

Ela ainda sentia a sensação do rímel molhado sobre seus cílios; comprimiu os lábios para reforçar o batom cor de boca que acabara de passar quando ouviu o barulho do carro que parava em frente à sua casa.

Pegou sua bolsa e deu uma ultima olhada no espelho, o reflexo era de uma mulher feliz, portanto, poderosa.

Seu coração batia descontroladamente só de pensar no sabor daqueles lábios carnudos do homem que a esperava no carro

Em seus pensamentos, buscava algo que a proibisse de sentir aquela sensação com gosto de novidade e de estar apaixonada daquele jeito por um estranho que entrou na sua vida assim e que a desconcertava daquela maneira.

Toda sua vida de metas e sonhos reais estava agora abrindo as portas para um sentimento surreal, totalmente fora do controle da sua mente acostumada a conduzir tudo de forma tão linear.

Enfim, tudo que fazia era sempre perfeito.

Ao abrir a porta do carro, sentiu aquela fragrância maravilhosa do perfume dele que a embriagava e a enchia de desejos.

Entrou, sentou-se, e ao olhar para ele, desejou que aquele momento se eternizasse.

Era como se nada no mundo tivesse mais importância, eram apenas ele e ela.

Seus olhos admiravam cada traço daquele rosto expressivo, olhos profundos, portadores de certo mistério que a enlouquecia, além de uma boca maravilhosa, gostosa, que dava vontade de morder, se perder...ou se encontrar...

Presa em seus pensamentos desconexos, nem percebeu quando ele aproximou-se dela e tocou seus lábios, dando-lhe um beijo quente, molhado; quente como ficava sua temperatura quando ele lhe tocava.

Um misto de prazer e loucura tomava seu corpo.

Ela adorava se perder naquele êxtase sensual que envolvia os dois sempre que estavam juntos.


Quando as mãos dele tocavam seu corpo, toda a sua carne tremia e um arrepio tomava conta da sua coluna, descia pela região lombar e fazia morada no lugar mais íntimo do seu corpo.

Neste momento ela se sentia como uma adolescente se entregando pela primeira vez ao namorado que a seduzira na porta da escola e a levara para conhecer o mundo além dos portões da sua sensatez.

E assim, mergulhados no mundinho que era só deles, sentiu o movimento do carro que tomava uma direção ainda desconhecida.

Para ela, esta certeza era indiferente naquele momento. Então, colocou a mão para fora do vidro totalmente aberto, fechou os olhos e sentiu a brisa suave que tocava sua pele, e mesmo sem olhar para o moço ao seu lado, sentia o calor dos olhos dele que queimava seu corpo, inundava sua alma e alimentava um sonho louco que a envolvia cada vez mais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário