sábado, 17 de abril de 2010

Só-Mente


Alguém chamou por Ninguém.
Amasiaram-se logo cedo.
Alguém se consumiu de amor.
Alguém chorou com calma.
Alguém se foi, virou a esquina.
Solidão deitou-se à calçada


Nas ruas, com insistência,
Nasceram Solidão e Ausência,
Ninguém roçou a boca de um poema,
Ninguém aparou uma lágrima,
Ninguém fechou as cortinas,
Anoiteceu, só a Ausência a abraçava.




*Adaptação de um texto de Jeanne Chaves* - Para que mesmo somente brilhe a esperança.



ou ouça-o através do link:

Um comentário:

  1. Uma escritora lá do Ceará, você conhece, ela é muito próxima a nós, disse que o texto original se assemelhava a um jogral, referia-se a forma e à repetitividade. Conversando com você precebi sim, um diálogo íntimo que muitos repetem por este mundo a fora. Na tua re-escrita, sem substituir única palavra e agrupando o texto de forma diferente, solidão e ausência "ficaram" poesia... Então, eu vi a esperança.

    Beijos, Minha I.E.M.A!

    ResponderExcluir